O Sindicato das Empresas de Ônibus de Porto Alegre (Seopa) entregou na tarde de ontem (02) ao Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Coletivos Urbanos de Passageiros de Porto Alegre (Stetpoa), a proposta de reajuste salarial oferecida pela patronal. Conforme o documento, o índice de correção seria de 1% sobre os salários vigentes. O percentual também seria aplicado às demais cláusulas de natureza econômica, como vale-alimentação e subsídio do plano de saúde.
O documento destaca a dificuldade por que passam as empresas de ônibus com a queda de quase 11% no número de passageiros, dado referente a 2017 em comparação ao ano de 2016. Essa realidade, como relatam, tem sido noticiada e é de conhecimento dos trabalhadores e do grande público.
De acordo com o advogado do Seopa, Alceu Machado, o prejuízo contabilizado pelas empresas alcança a marca dos R$ 127,1 milhões, valor acumulado de fevereiro de 2016 a novembro de 2017. Para Machado, o problema ficou ainda mais evidente em episódio ocorrido no final do ano, quando as concessionárias não conseguiram quitar, de forma integral, o pagamento do 13°. “Houve empresas que precisaram parcelar o pagamento do benefício, e mesmo as que conseguiram pagar na totalidade, precisaram recorrer a empréstimos bancários”, lembrou.
Machado citou ainda o recente reajuste do salário mínimo, que ficou em 1,81%, e justificou que, em função do contexto de crise vivido pelas empresas e pelo país, a correção salarial oferecida é coerente com o momento. “Se não houver reversão do quadro, o serviço se tornará inviável. As empresas precisam ter cautela e tomar decisões que estejam de acordo com a realidade enfrentada”, concluiu.
Fonte: ATP