Valor é de R$ 1,584 trilhão, ou R$ 132 bilhões por ano. Ônibus e micro-ônibus são os veículos que dão menos custos ao DPVAT. Pedestre é a maior vítima do trânsito brasileiro e prioridade ao transporte público está entre as alternativas apontadas pelo estudo.

ADAMO BAZANI

Mais um estudo oficial demonstra que o ônibus está entre os meios de transportes terrestres rodoviários mais seguros para se deslocar. O modal ferroviário figura também entre os que possuem maior segurança

O Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, do Governo Federal, divulgado na terça-feira, 22 de setembro de 2020, Dia Mundial sem Carro, revela que os acidentes de trânsito no Brasil custaram R$ 1,584 trilhão e tiraram as vidas de 479.857.

O valor é praticamente o dobro do que o governo quer poupar com a Reforma da Previdência.

“Um valor que consumiu o equivalente a quase duas vezes a redução de gastos esperada com a reforma da Previdência”  – aponta a pesquisa.

O levantamento em parceria com a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), utiliza dados de mortalidade do Datasus, do Ministério da Saúde – que inclui internações e reembolso de gastos – e aplica o Valor Estatístico da Vida (VEV), estimado em R$ 2,26 milhões a valores de dezembro de 2018.

Os ônibus e micro-ônibus foram os veículos que menos se envolveram em acidentes com mortes, tanto em números absolutos como em proporcionais pela frota.

A maioria das vítimas do trânsito brasileiro, ainda de acordo com o trabalho, é o pedestre.

Entre 1996 e 2018, foram 204.693 pedestres mortos. Para se ter uma ideia, de acordo com a estimativa do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística para 2020, a população inteira de São Caetano do Sul, no ABC Paulista, é de 161 mil pessoas.

TRANSPORTE PÚBLICO COMO UMA DAS ALTERNATIVAS:

A priorização ao pedestre e ciclista, bem como os investimentos para a ampliação das opções de transportes públicos, estão entre as ações apontadas pelo Ipea para deixar o trânsito mais seguro.

Além disso, o levantamento mostra que as populações de menor renda estão entre as mais prejudicadas pelo trânsito violento.

JOVENS E IDOSOS PREOCUPAM:

Em nota, o Ipea explicou que a maior parte das vítimas são jovens de 18 a 34 anos, mas também foram constatados dados bastante elevados de acidentes com idosos, principalmente devido à reduzida capacidade em atravessar a rua com segurança, por exemplo.

MUDANÇAS:

O estudo também mostrou que são necessárias mudanças quanto à gestão de trânsito. A começar por um modelo unificado de registro de acidentes e aperfeiçoamento de equipamentos de segurança nos veículos.

Outra proposição é rever a regulamentação de equipamentos de segurança individual dos diversos meios de transporte.

Entre os problemas identificados está também a profusão de regras federais, estaduais e municipais – a exceção são os setores aéreo e aquaviário, que seguem regulamentações internacionais. Os pesquisadores recomendam a adoção de um modelo único de registro das ocorrências e posterior investigação dos peritos, para evitar novos acidentes. De acordo com o estudo, novas diretrizes para as políticas de transporte também impactariam os sistemas de saúde e previdenciário brasileiros. – diz o Ipea.

Fonte: Diário do Transporte