A comparação é com o ano de 2016, quando foi criada a força tarefa contra roubos no transporte coletivo.
De janeiro a julho de 2016 ocorreram 598 assaltos nos ônibus. Já no mesmo período de 2020 esse número reduziu para 95, uma queda de 84,1%. Em relação a 2019, a diminuição é de 35,8%. Foram 148 assaltos nos sete primeiros meses do ano passado.
“Ano a ano vêm diminuindo as ocorrências no transporte coletivo, resultado do trabalho realizado em conjunto com a Brigada Militar, Polícia Civil e Guarda Municipal. As empresas de ônibus e os órgãos de segurança estão empenhados em alcançar índices cada vez mais positivos”, destaca a presidente da Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP), Tula Vardaramatos.
O engenheiro de transporte da entidade, Antônio Augusto Lovatto, explica que a queda tem sido progressiva desde 2007, com a chegada da bilhetagem eletrônica, mas foi acentuada depois de 2016, ano em que foi criada a força tarefa da Polícia Civil, em conjunto com a Brigada Militar, contra roubos no transporte coletivo. Em março de 2019, a operação culminou na criação da Delegacia de Polícia Especializada de Repressão a Roubos em Transporte Coletivo (DRTC), a primeira do país com essa especialidade.
O delegado Daniel Mendelski, titular da DRTC, acredita que o trabalho conjunto dos órgãos de segurança é um dos fatores que levou a resultados tão positivos e cita mais dois quesitos importantes. “As câmeras dentro dos coletivos têm nos auxiliado bastante na verificação da autoria do crime. E o terceiro aspecto: tanto as tripulações quanto os passageiros têm sentido confiança em fazer o reconhecimento. Eles veem que as empresas e que os órgãos policiais estão preocupados em coibir esse crime e se sentem confiantes para dar o seu testemunho.” Mendelski faz questão de elogiar também o desempenho de sua equipe na DRTC, que acolhe a testemunha com todo o cuidado e que faz um criterioso trabalho de investigação.
O comandante do CPC, tenente coronel Rogerio Stumpf, endossa a relevância das câmeras para a atuação da polícia e enfatiza a colaboração mútua entre os órgãos de segurança e as entidades ligadas ao transporte. “A Brigada Militar tem todo um trabalho de ações preventivas e de sistema de monitoramento, mas aliado a isso está o grupo que foi criado e que é extremamente funcional. Há interação e agilidade na troca de informações o que traz maior eficácia tanto na prisão como na prevenção de fatos delituosos.”
O grupo citado por Stumpf é o Fórum Transporte Seguro (FTS) criado há 12 anos para promover ações e debates em torno da segurança no transporte coletivo da capital gaúcha. Participam do Fórum, Brigada Militar, Polícia Civil, Guarda Municipal, Ministério Público, EPTC, Sindicato dos Rodoviários, Associação dos Transportadores de Passageiros por Lotação (ATL), ATP, Carris e os consórcios de ônibus Via Leste, Mais, Mob e Viva Sul. Todos os membros do grupo estão em contato diário e trocam informações para agilizar providências e a resolução dos casos.
Para o gerente de Controle e Operação de Transporte da EPTC, Luciano Souto, o FTS tem papel fundamental no trabalho desenvolvido. “De forma extremamente organizada, o grupo direciona as ações, o que determinou os números expressivos na redução de assaltos, possibilitando aos clientes e tripulações mais segurança nas viagens realizadas”, define.
Fonte: ATP