As faixas exclusivas em Porto Alegre vêm mostrando que o deslocamento dos usuários do transporte coletivo está mais rápido. Quem sai para o trabalho do bairro Ponta Grossa, na Zona Sul da cidade, por exemplo, para ir a Petrópolis, na Zona Leste, em um ônibus que utiliza os cinco quilômetros de faixas exclusivas das avenidas Cavalhada e Nonoai, tem um ganho médio de cinco minutos na viagem. Essa mesma vantagem se dá também no trajeto de volta. Sendo assim, de segunda a sexta-feira, o passageiro ficará 50 minutos a menos em trânsito. Por mês, serão mais de três horas e meia de redução. E no ano, 40 horas a menos – ou seja, quase dois dias.
A doméstica Rita de Cássia Lima Brochet, de 47 anos, já comemora a chegada mais cedo em casa para estar com a neta, de apenas cinco meses. “É um tempo a mais muito bem aproveitado. A minha neta, Evelyn, é a nossa alegria, minha e do meu marido, Luís Carlos, e obviamente dos papais, Jéssica e Alessandro”, diz Vovó Rita.
Ela conta que não dispensa o uso do aplicativo do Cartão Tri no celular, por onde acessa também a funcionalidade que informa, em tempo real, onde está a linha pretendida pelo usuário e quanto tempo levará para chegar até a parada onde ele espera. “O aplicativo ajuda bastante. Dá mais segurança aos passageiros. Com o T-11 pela Terceira Perimetral, não preciso nem me deslocar até o Centro e depois para a Zona Sul, o que me atrasaria em uns 40 minutos”, afirma Rita, dizendo também que tem notado mais segurança nos ônibus.
Novas faixas – Depois das duas faixas exclusivas mais recentes em funcionamento, nas avenidas Independência e Mostardeiro, os próximos pontos previstos para implantação são a avenida Goethe, rua da Conceição (nos dois sentidos), avenidas Mauá, João Goulart, Loureiro da Silva (sentido túnel), Paulo Gama/Luiz Englert, Siqueira Campos, Ipiranga (nos trechos 2 e 3), Silva Só, Azenha, 24 de Outubro e Plínio Brasil Milano.
O diretor-presidente da EPTC, Fábio Berwanger Juliano, reforça a importância da valorização do coletivo sobre o individual. “As faixas exclusivas não representam apenas uma obra na via, mas uma verdadeira mudança de cultura. Significam a priorização do coletivo para quem mais precisa e são sinônimo do mais moderno compartilhamento na utilização do espaço da via pública”, defende.
O projeto da prefeitura de privilegiar o transporte coletivo e dobrar o número de faixas exclusivas em Porto Alegre vai qualificar e tornar mais eficiente o sistema de ônibus da Capital. Estão sendo implementados 22 quilômetros de faixas só para ônibus em 16 trechos, o que representa um aumento de 130% em relação aos 17 quilômetros já existentes. A medida vai beneficiar diariamente 450 mil usuários e diminuir os riscos de acidentes, além de dar mais agilidade às viagens, reduzir o tempo de deslocamento e atrair novos passageiros.
Texto de: Claudio Furtado
Edição de: Rui Felten
Edição de: Rui Felten
Fonte: EPTC