Depois de uma pandemia recente, quem poderia imaginar que viveríamos essa tragédia no Rio Grande do Sul? Outro dia vi um meme nas redes sociais que traduziu meu sentimento. Era algo como “se alguém me mostrasse um filme em que as pessoas passam por uma pandemia e depois por uma enchente, eu diria que o roteiro é ruim e fraco”. Mas, então, não é um filme, não é fantasioso e, menos ainda, um enredo frágil. Nosso Estado virou um mar de lama e tristeza. Ainda não totalmente recuperados da pandemia, estamos enfrentando este novo e imenso desafio.
Entretanto, mesmo nas situações mais adversas, e às vezes principalmente nelas, há algo de positivo a se aprender e vivenciar. Quanta solidariedade temos visto! Civis, autoridades, pessoas físicas e jurídicas, todos imbuídos do mesmo objetivo: salvar e ajudar vidas! Doações vindas de todos os lugares do país, auxílios de toda a ordem, não somente materiais. Há doação de tempo, de colo, de uma mão – ou várias mãos – estendidas.
O transporte coletivo, mais uma vez, teve seu papel social fundamental. Além de manter, dentro do contexto de limitações, os deslocamentos pelas cidades, tem sido um importante apoio no transporte de desabrigados, voluntários, mantimentos e equipamentos. Parafraseando meu amigo Roberto Sganzerla, especialista em Marketing de Transportes e Mobilidade Urbana, o transporte coletivo se mostra essencial inclusive nos momentos de calamidade.
O gaúcho muitas vezes é criticado por seu patriotismo exacerbado, mas esse amor pela terra, por suas raízes e por seu povo é o que não nos deixou sucumbir agora e o que nos reerguerá daqui pra frente. Não fosse essa paixão pelo nosso Estado, que nos faz levantar a bandeira e entoar com orgulho o hino Rio-Grandense, verdade seja dita, conhecido por todo o cidadão gaúcho, talvez fosse mais difícil seguir adiante. Que possamos continuar vivendo na prática esse amor, que seja força e bálsamo agora!
Por Tula Vardaramatos – Presidente da Associação dos Transportadores de Passageiros – ATP