A crise financeira agravada com a pandemia obrigou 8 das 11 empresas privadas de ônibus da capital a pagarem de forma parcelada os vencimentos dos rodoviários neste mês de maio. “A situação é bem delicada, as empresas não gostariam de tomar essa medida, principalmente neste momento, onde fica claro o quanto o trabalhador rodoviário é essencial”, afirma Antônio Augusto Lovatto, Engenheiro de Transportes da ATP.
Mais da metade dos funcionários já estão enquadrados na medida provisória 936/2020 do governo federal, que institui o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, onde tanto a jornada de trabalho quanto o salário foram reduzidos e o governo paga um complemento para compensar parte da perda.
Há alguns meses a Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP) vem enviando diversas notificações, à Prefeitura e ao órgão gestor (EPTC), informando sobre as dificuldades encontradas para manter em operação o sistema de transporte por ônibus da capital devido à constante queda no número de passageiros. O problema se agravou após a chegada da pandemia, que culminou com a quarentena. O fechamento do comércio e a inatividade de empresas tidas como não essenciais, fez com que houvesse uma baixa de 70% no número de usuários entre 20 de março e o final do mês de abril. Mesmo buscando alternativas junto à EPTC, como a mudança da tabela de horários, reduzindo linhas com pouca demanda, os concessionários não conseguiram evitar o prejuízo de 46 milhões de reais.
A ATP vem tentando buscar um aporte financeiro dos governos tanto na esfera municipal e estadual, quanto federal, para evitar que o sistema entre em colapso, mas até o momento não obteve sucesso. “Há algumas semanas estamos avisando que a saúde financeira das empresas está em uma situação muito complicada. Sem um subsídio por parte dos governos ficará muito difícil manter o sistema em funcionamento”, finaliza Lovatto.
Fonte: ATP