O presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, vereador Valter Nagelstein (PMDB), manifestou nesta quarta-feira (17/1), ao receber a presidente da Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP), Stamatula Vardaramatos, que o Legislativo deverá cumprir o seu papel de intermediar uma saída para a crise do sistema de transporte coletivo da capital, a partir de um amplo debate entre governo, parlamentares e a sociedade. Entre as propostas de Nagelstein está a de criação de uma nova comissão especial para debater, não apenas os seis projetos que foram enviados pelo Executivo à Casa, mas que discuta o sistema como um todo, na relação efetiva dos diversos modais: ônibus, lotações, táxis, aplicativos e o Trensurb.
“Agiremos com determinação para que, ainda no primeiro semestre de 2018, possamos, em conjunto, apresentar uma solução à cidade”, disse o presidente do Legislativo da capital gaúcha. Outra sugestão de Nagelstein para enriquecer o debate, é que vereadores, empresários e representantes do governo visitem pelo menos duas outras cidades brasileiras: “uma para conhecer um caso de sucesso e outro de insolvência do sistema”.
Apoio
Acompanhada do vice-presidente José Alberto Machado Guerreiro, a presidente da ATP disse que os seis projetos do Executivo contam com o apoio da entidade para a sua aprovação. De acordo com Stamatula Vardaramatos, se a situação não for controlada em 2018, as empresas entrarão em um colapso que trará danos à mobilidade dos cidadãos. Ela informou que desde a nova contratualização, feita após a licitação do sistema, “praticamente não está sendo feita a renovação de frota, devido às dificuldades financeiras e a obtenção de crédito no mercado por parte das empresas”.
De acordo com os dirigentes, é preciso rever conceitos, diante da necessidade de reduzir o custo da passagem para os usuários. Dados apontam para uma perda de passageiros que chega a mais de 10%, diante de uma elevação de insumos, em especial o diesel e com pessoal, que respectivamente correspondem a 20% e 50% do valor de uma viagem. Os empresários acreditam que, com a aprovação das propostas, em parte, a crise pode ser resolvida, mas também defendem a regulamentação dos aplicativos e a criação de um fundo que possa subsidiar o sistema, barateando o preço final da passagem para os usuários.
Fonte: Câmara de Vereadores de Porto Alegre – Texto: Milton Gerson / Edição: Helio Panzenhagen